Polícia detalha esquema de fraude em empréstimos rurais que movimentou R$ 80 milhões no Sul de Minas
20/08/2025
(Foto: Reprodução) Dois homens são investigados por praticarem fraudes bancárias contra produtores rurais
A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (20) novos detalhes sobre a "Operação Sopro Silencioso", que investiga fraudes em empréstimos bancários envolvendo produtores rurais da região de Passos (MG). Segundo as investigações, dois homens, administradores de uma empresa do setor agrícola, são apontados como responsáveis pelo esquema que teria movimentado cerca de R$ 80 milhões em um ano.
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De acordo com a polícia, os suspeitos se aproveitavam da boa fé dos produtores rurais para obter vantagens indevidas. Eles ofereciam crédito, mas faziam com que as vítimas assinassem termos de cessão sem entender que estavam, na prática, contraindo empréstimos bancários. No vencimento das dívidas, os investigados recebiam tanto o valor pago pelas vítimas quanto o liberado pelas instituições financeiras, sem repassar ao banco.
“Esse grupo empresarial vendia insumos agrícolas para produtores da região. Eles manipulavam informações e abusavam da boa fé das vítimas. Assim, ficavam com o pagamento das dívidas e com o crédito do banco. Algumas vítimas pagaram duas vezes, outras não conseguiram quitar e tiveram o crédito restrito, o que comprometeu profundamente a atividade produtiva delas”, explicou o delegado Felipe Capute, responsável pelas investigações.
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Polícia Civil
Ainda segundo o delegado, algumas vítimas nem sabiam que estavam assinando contratos de empréstimo, o que também está sendo apurado.
Bens apreendidos
Durante as buscas, a polícia encontrou cerca de R$ 20 mil em espécie na casa de um dos suspeitos e R$ 50 mil em bebidas, incluindo garrafas avaliadas em até R$ 7 mil cada. Também foram apreendidos cinco veículos de luxo, avaliados em no mínimo R$ 100 mil cada, além de joias e documentos bancários.
A suspeita da polícia é de que os investigados poderiam se desfazer do patrimônio para dificultar o ressarcimento das vítimas em um eventual processo judicial.
Investigação recente
Segundo o delegado, a apuração começou há cerca de dois meses, após denúncias feitas por produtores. A operação foi deflagrada de forma rápida porque havia indícios de que os suspeitos estavam tentando blindar o patrimônio.
“Essa investigação é recente, mas foi importante a rapidez porque havia sinais de que os envolvidos buscavam subterfúgios para se proteger. A ação policial buscou justamente evitar que esse patrimônio fosse dilapidado antes de uma possível reparação às vítimas”, afirmou Capute.
Todo o material apreendido agora será analisado em perícia. As investigações continuam em Passos (MG) e em outras cidades da região.
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