Operação 'Sopro Silencioso' investiga fraude de R$ 80 milhões no agronegócio no Sul de Minas
19/08/2025
(Foto: Reprodução) Empresa recebia dinheiro de produtores rurais, mas não pagava fornecedores em Passos
A Polícia Civil deflagrou nesta terça-feira (19) a operação "Sopro Silencioso", com o objetivo de apurar uma estrutura criminosa de apropriação indevida de valores no setor de fornecimento de insumos agrícolas no Sul de Minas. Mandados de busca e sequestro de bens foram cumpridos em Passos (MG).
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As investigações indicam que uma empresa da região teria recebido pagamentos indevidamente de produtores rurais mesmo após a cessão formal dos respectivos créditos a fundos de investimento. Embora pagos de boa-fé, os valores não eram repassados aos credores legítimos, resultando em cobranças duplicadas, protestos indevidos e prejuízos financeiros.
Durante o cumprimento dos mandados, foram apreendidos cinco veículos, dinheiro em espécie, joias, bebidas e itens de alto padrão de consumo. Também foi autorizado judicialmente o bloqueio de veículos registrados em nome dos investigados e das pessoas jurídicas envolvidas.
Operação 'Sopro Silencioso' apura fraude milionária no agronegócio e realiza sequestro de bens em Passos, MG
Polícia Civil
Com base nos elementos já reunidos, a estimativa é que o prejuízo causado pela fraude possa chegar a R$ 80 milhões, atingindo produtores rurais em diversas regiões do Estado de Minas Gerais.
Segundo a Polícia Civil, a operação também teve como foco a localização e o sequestro de bens dos sócios-administradores da empresa investigada, a fim de assegurar futura reparação às vítimas e evitar o esvaziamento do patrimônio.
“Trata-se de uma estrutura fraudulenta sofisticada, que se valeu da relação de confiança entre fornecedores e produtores para obter vantagem indevida”, afirmou o delegado Felipe Capute, responsável pela investigação.
Ainda conforme o delegado, a apuração aponta, além dos delitos patrimoniais, indícios de possíveis crimes financeiros e tributários decorrentes da ocultação de receitas e manipulação de fluxos de pagamento.
A conduta apurada pode configurar os crimes de estelionato, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de capitais, sem prejuízo da responsabilização por eventuais infrações à legislação tributária e financeira.
As diligências foram executadas por equipes compostas por 13 policiais civis, integrantes da Delegacia Regional de Passos.
O nome da operação "Sopro Silencioso" faz alusão à maneira discreta, porém sistemática, com que os prejuízos foram causados ao longo do tempo, sob aparente normalidade comercial.
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